segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Severino


 ... numa São Paulo
cruel e desumana,
 
Severino 
devoto de Pe. Cícero
sofria as humilhações
na terra da ilusão,

até preso foi
por estar fora de hora
no lugar errado,

o sotaque virou piadas,
as moças riam da sua timidez
por isso amou meretrizes,
os amigos foram os mendigos,
o pouco que ganhou
gastou nas noites etílicas
com saudades do sertão.

Serrinha - BA


Despertar
com as andorinhas
na cidade adotiva
momentos felizes

carinho que cativa

sertão humilde
sem nenhum abajur
interior de alegria
ouço la belle d'jour

na terra das andorinhas.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Menina Borboleta

                                                         Arte : Ricardo Fernandes

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Virose Virtual


Ilusão, fantasia e realidade contradizem-se.
       Tímidos em exposição.
                 Pessoas reais e personagens fictícios misturam-se.
Rede social, permanente ou fugaz. Paradoxal.
            Voyerismo.             
Amigo virtual, que não dá bom dia na avenida.
Adolescentes infantis, outras precoces           Novos Contatos.   
Ah... as balzaquianas, essa belas flores do tempo, encantam pela maturidade.

             Amizades do passado, feliz reencontro.
Anuncia-se, divulga-se, ouve-se: 
- Música, cinema, literatura, debates, notícias, viagens,fotos.
Assim caminha parte da humanidade, numa velocidade incontrolável,em meio à febre virtual. 
                                Contagiante? 
                                                                      Necessária.

Crioula

Décadas atrás, uma árvore de madeira escura e pesada, tombou ao chão pelas mãos do homem, com sua potente motoserra. Virou uma estante.
Quando entrou em nossa casa, chegou negra e bonita, moderna para suportar vários discos de vinil, que meu Pai com seu gosto musical apuradíssimo possuía, eclético ele ouvia e comprava de tudo, portanto precisávamos de um móvel capaz de guardar tantos LP’s (Long Play).
Através de nosso genitor íamos viajando nessa que sem dúvida é uma das línguas universais, a música é esse mistério que transcende qualquer explicação, é infinito o estado espiritual em que a melodia nos remete...
E meu Pai deixou um acervo fantástico, ao longo dos anos ele foi trazendo novidades, nos lapidando para composições da qualidade de um Beethoven, de Beatles, de um Benito di Paula, alguns exemplos só para ficar na letra B. Aos poucos buscamos novas aquisições para o arquivo, dentre tantos outros monstros sagrados vieram Bob Marley, B.B. King, Kraftwerk, Enya, Jorge Ben, Caetano, Gil, Zé Ramalho, Djavan, U2. Até ontem entre CD's, LP’s, compactos simples e duplos, já ultrapassa a marca de 1.300 exemplares.
Só mesmo a crioula para abraçar sem nenhum preconceito vários estilos musicais, grandes gênios como também promessas perdidas no caminho, trilha sonora de filmes, e vários mais.
Hoje ainda imponente, a estante, além dos discos, ingressos de shows, artigos, revistas e fotos; ela guarda a memória musical da minha vida.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Nas nuvens

                                               
                                                   Arte : Ricardo Fernandes