Corria o ano de 1974, a banda sueca Abba
formada por Agnetha, Anni-Frid, Benny e Bjorn, lançava no mercado o álbum
Waterloo, arrebatando fãs pelo mundo afora, com as canções dancing queen, fernando, honey honey e outras, surgia um fenômeno nas paradas de sucesso.
Brincando no quintal, de longe eu via meu pai, o saudoso Luiz Sebastião, lendo nos jornais que o Ernesto Geisel era eleito presidente do
Brasil; pela sua comoção talvez estivesse na matéria sobre o incêndio, de tantas mortes, no
Edifício Joelma na cidade de São Paulo; socando o ar, gesto peculiar dele de vitória, só poderia estar comemorando a conquista do segundo
título mundial de Fórmula 1 do brasileiro Emerson Fittipaldi.
Foi entre junho e julho do corrente que
assisti, pela TV, a minha primeira Copa do Mundo, disputada em terras alemãs, olhos
fixos, coração aos pulos, eu não perdia um lance ao lado do meu pai. Voando nos braços
da memória, paira no ar a alegria daqueles dias, onde a cidade se enfeitava
para ver os jogos da seleção canarinho.
As novidades da época, hoje são boas
lembranças, detalhes que fascinavam a feliz infância, como esquecer aquela
bola bonita, com os gomos em pentágonos pretos e hexágonos brancos; o fuso
horário era algo que me encabulava; aquelas camisas laranjas que num certo dia
eliminariam o escrete brasileiro de Zé Maria, Luís Pereira e Valdomiro; a
explosão e velocidade do goleador da camisa 13, o Gerd Muller, ele que faria o
gol da vitória na final vencida pela Alemanha sobre a Holanda.
E como esquecer, de Cruyff, um dos
maiores craques de todos os tempos, o maestro daquele carrossel admirável e extraordinário,
sob a batuta do técnico Rinus Mitchel, o mundo se curvou ao futebol maravilhoso
e revolucionário de Ruud Krol, Neeskens, Rensenbrink, Johnny Rep e outros
bambas de uma safra inigualável.
A minha primeira Copa, teve Johan Cruyff, um
gênio.