segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Carta ao Poeta



Ao Sr. 
Carlos Drummond de Andrade,

Que esta carta o encontre em paz.

Sr. Carlos, toda minha admiração pela sua obra começou com o livro "A Rosa do Povo" na extinta Biblioteca do Jornal Estado de Minas, através do atencioso funcionário Eduardo sua obra chegou em minhas mãos.
Confesso que já havia ido no lançamento do livro "Flores do Mal", do intelectual primo Osmir em Conselheiro Lafaiete/MG, mas eu ainda não estava preparado para entender a sutileza e genialidade do Poeta Lafaietense.
Somente tempos depois com a leitura do seu livro, é que algo mágico me despertou para a coisa, fiquei maravilhado com seus poemas, eles desconcertam e encantam pela simplicidade e riqueza poética, me transportando para um universo fantástico e desconhecido para esse agora seu admirador.
Sr. Carlos depois vieram vários livros de sua autoria onde tive o prazer de curtir seus ótimos textos, como o "Alguma Poesia", "Poesia Errante", "Sentimento do Mundo", e tantos outros.
Meu interesse pela sua obra passa também pela querida Itabira, onde passei sete anos da minha infância, seus versos me remetem ao meu tempo vivido ainda menino naquela cidade, pico do cauê, campo do valério, rua água santa, o cine itabira, os campinhos de futebol, o colégio EEMZA, etc, estão enraizados no coração. Quanto a polêmica causada na cidade sobre o seu poema "Confidência do Itabirano" pude entender perfeitamente sua colocação, muitos não entenderam e o criticaram, paciência né. E Itabira realmente é apenas um retrato na parede, moro em Belo Horizonte a muitos anos mas sempre quando vou a passeio por lá sinto uma certa  melancolia ao lembrar da infância alegre e divertida, de um tempo que não volta mais.
Sr. Carlos, sua visão ecológica me chamou a atenção para um problema antigo, e que já deveríamos ter um olhar mais participativo, uma sociedade mais ativa nesse sentido, aí se revela sua faceta de um autor atemporal contrariando alguns críticos que dizem o oposto. No livro "Mata Atlântica" seu grito de denúncia e alerta, se fez presente como um amplificador do verso, do ritmo, da metáfora, mostrando uma faceta engajada na luta pela preservação de toda espécie.
Ainda gostaria de comentar com o Sr. sobre o audacioso e revolucionário "No meio do caminho tinha uma pedra..." , seu amor por sua filha Maria Julieta, e outros tantos assuntos mas isso fica para uma nova carta.

Desde já agradeço pela atenção,

Grande abraço,
Luiz Cláudio

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