quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Toninho Cerezo


Toninho Cerezo sempre conviveu com a palavra desafio em sua vida, desde a infância na família circense, até o bi mundial pelo São Paulo em 92/93.
E pelos caminhos, o filho do palhaço Moleza, foi vencendo as etapas ao longo da sua carreira. No Atlético, ganhar a confiança do exigente treinador Telê Santana, substituir o grande Wanderley Paiva, honrar a camisa que um dia foi de Zé do Monte, ser o líder de uma safra maravilhosa da base que iria interromper a hegemonia azul celeste em 76, ser um dos pilares da conquista do inesquecível hexacampeonato mineiro de 78 a 83, não era tarefa para qualquer um, era a missão de um guerreiro como Toninho.
Do berço num trailer mambembe no bairro Nova Granada em Belo Horizonte, ele foi parar na Copa da Argentina em 78, com seu talento foi conquistando espaços, encantando a Massa, e provando a todos os críticos que seu jeito de jogar era uma exigência do futebol moderno. Na Copa da Espanha em 82, foi uma das estrelas da trupe que brindou o mundo com aquele futebol mágico.
E sua categoria foi romper fronteiras, alçar voos maiores. Fez pouso e participou de grandes times da Itália, sendo campeão na Roma e na Sampdoria. Em Roma e Gênova, muitos títulos e o nome gravado na memória dos italianos. Correu e ganhou o mundo.
A longevidade do ídolo atleticano, ainda o fez esbanjar sua técnica no São Paulo, reencontrar o mestre Telê Santana, e resgatar aquele antigo sonho de ser campeão do mundo. O destino se cumpriu, Telê e Toninho Cerezo trouxeram o bi mundial, além da Copa Libertadores e da Recopa. Bem perto de encerrar sua carreira gloriosa, ainda foi campeão mineiro pelo Cruzeiro em 94. E o “Cerezão” (era assim que meu pai o chamava), pela última vez vestiu o manto sagrado, com a camisa preta e branca que o consagrou foi campeão da Copa Centenário em 97 pelo seu glorioso, o Clube Atlético Mineiro. 

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

A flor rara


Dirceu Lopes


Com o futebol mineiro em alta, corria o ano de 2014, com o Atlético Mineiro conquistando dois títulos inesquecíveis, sendo campeão da Copa do Brasil em cima do seu maior rival e campeão da Recopa Sul-Americana diante do Lanús, Cruzeiro campeão Brasileiro, ano também de Copa do Mundo no Brasil com a Alemanha ganhando o título Mundial. Mas uma alegria especial para esse escrevinhador foi sem dúvida ter conhecido nesse ano um dos maiores jogadores de futebol de todos os tempos, Dirceu Lopes Mendes, natural de Pedro Leopoldo/MG, craque da Seleção Brasileira e o maior camisa 10 da história do Cruzeiro.
Através do livro “O Príncipe – A real história de Dirceu Lopes”, do jornalista e escritor Pedro Blank, publicado pela Asa de Papel, Editora esta que me permitiu participar na capital mineira dos lançamentos do livro na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, na Livraria Asa de Papel, na Choperia Exclusivo, e no Villas Gourmet em Conselheiro Lafaiete/MG. Nesse convívio com o homem e o jogador, vi o imenso carinho e respeito que o carismático parceiro de Tostão trata seus fãs. Educação é coisa de berço. Nem parece que o filho de Tito e Maria encerrou a carreira de atleta a muitos anos, pois a idolatria por ele é impressionante, nos eventos do livro jamais esquecerei a alegria e emoção de quem o viu jogar, as tantas histórias que contavam daquele timaço do Cruzeiro da década de 60, entender o porquê de tantos jovens terem tamanha admiração pelo talentoso jogador que eles não viram atuar, ver a imprensa fazendo cobertura sobre um fenômeno futebolístico a várias temporadas longe dos gramados, perceber a amizade e o bom humor entre ex-jogadores, são momentos que guardarei para sempre.
E nesses dias de euforia dos amantes do bom futebol, foi como se eu viajasse nos alfarrábios daquele setembro de 1965. No jogo de inauguração do Estádio Governador Magalhães Pinto, em 05/09/1965, Dirceu Lopes então com seus 19 anos, dava sinais de que chegou para brilhar, no embate entre a Seleção Mineira e River Plate vencido pelos mineiros pelo placar de 1x0, Dirceu já mostrou a grandeza do seu futebol como um dos destaques da partida, sendo que aos dois minutos do segundo o jovem Dirceu lança para Buglê, que balança pela primeira vez as redes do novo estádio das alterosas.
Na semana festiva, o novo estádio recebe no dia 12/09/1965 a partida Seleção Mineira x Botafogo/RJ, placar final 3x2 para o time de Garrincha, com gols de Gérson, Othon e Jairzinho para os cariocas, e para os mineiros marcaram Buglê e Tostão, com um novo show de bola de Dirceu Lopes.
E faltava o Pelé fazer sua estreia no Gigante da Pampulha, e veio o jogo com o Santos em 15/09/1965, vitória da Seleção Mineira 2x1, com gols de Valtinho e Dirceu Lopes para os mineiros, descontando Toninho para os santistas. Outra atuação espetacular do Dirceu Lopes.
O futebol mineiro mostrava ao mundo Dirceu Lopes, aquela promessa faria do Gigante da Pampulha a sua casa de espetáculos, no ano seguinte com Raul, Evaldo, Tostão & Cia comandaria um baile e sonora goleada no maior time do planeta, o Santos de Pelé, pelo placar de 6x2, anos depois seria uma das feras de João Saldanha na Seleção.
E Dirceu Lopes com o Cruzeiro e por outras vezes com a Seleção Brasileira, encantou o mundo com seu talento e sua estrela de campeão.

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Por isso somos um só abraço

Se algum dia a saudade chegar
que ela seja plena do dever cumprido
pois o dia da partida é inevitável.
"As atitudes e os amigos levamos conosco"

Por isso somos um só abraço

e assim vamos nos encontrando
flores primas, flores cheias de cores
semente plantada em Queluzito,
por isso somos um só laço
atravessando os tempos.

Por isso somos um só abraço

nas intempéries ou nas festanças
laços sanguíneos, braços fraternos
construindo nossa história e memória
através das violas, cantorias e poesia.

Por isso somos um só abraço

na atmosfera de Queluzito
antepassados e vindouros
há muita gente boa, almas do bem.
                                                  Amém!

Fotografia: Thata Pereira
Poema: Luiz Cláudio