segunda-feira, 30 de abril de 2012
Profissional
Casa da
banda, campo do Valério Doce,
menino nas
terras de Drummond,
vi meu Pai
subir pontes e correr vagões,
na busca
do seu tempo bom.
Em 1969 o meu Pai, Luiz Sebastião, então com 30 anos, após trabalhar alguns anos na Cia. Santa Matilde em Conselheiro Lafaiete/MG, teve que tomar a decisão de ir buscar outros ares, almejando novas conquistas profissionais.
Partiu rumo à nova proposta de emprego na cidade de Rio Piracicaba/MG, e posteriormente mudou-se para o Vale do Aço fazendo uma longa viagem para Ipatinga/MG, com esposa e duas crianças pequenas. Com muita coragem rompeu as fronteiras do desconhecido e fixou moradia na cidade de D.Celeste, longe dos familiares e amigos, numa região muito quente e bem provinciana em fase de construção.
Meu Pai, sempre foi um homem do "trecho" como ele gostava de falar, de Soldador a Montador, de Encarregado de Montagem a Técnico Especializado em Estruturas Metálicas, foi funcionário de Empresas do porte de uma Convap-MKE, Morrison Knudsen, EPC-Engenharia, Cia Vale do Rio Doce, e outras.
Dedico esta Crônica a ele que na estrada da vida, foi em busca do seu tempo bom, proporcionando à sua família o pão e a alegria.
Luiz Sebastião, o "Sanfona".
Orgulho e Memória.segunda-feira, 23 de abril de 2012
Luiz Sanfoneiro

Os meias eram os responsáveis pela criação das jogadas. Atuando pelo lado direito, esquerdo ou mesmo pelo centro, estes atletas muitas vezes eram os detentores de maior técnica e habilidade, inclusive faziam muitos gols.
Essas eram as definições táticas que o grande Luiz Sanfoneiro desempenhava no Industrial, ali pelas décadas de 60/70.
E o meu pai, filho do Tenente e de D. Maria José, sempre usava a camisa de número oito, e com ela era esse meia cerebral que comandava a equipe azul celeste do Bairro Santa Matilde.
Um líder nato, um verdadeiro guerreiro que incendiou as equipes pelas quais jogou, dentre elas a do Irajá (seu primeiro clube), o Meridional, o Industrial (onde atingiu seu auge como boleiro), a Convap-MKE, as Seleções Amadoras do Interior e uma Seleção Mineira no Pacaembú em 1963. O craque Luiz Sanfoneiro, deixou muitas lembranças na memória dos torcedores apaixonados pelo seu belo futebol.
sábado, 21 de abril de 2012
Tiradentes
Oh! Alferes, o último herói
de um canto livre
que o tempo não corrói,
cem palavras eu tivesse
seria pouco
à tua ilustre memória,
e meu verbo se cala
invoco silêncio diante de ti
qualquer adjetivo seria ínfimo
a louvar teus brados de liberdade.
quinta-feira, 19 de abril de 2012
Placar

O menino Cacaio, aguardava ansiosamente a terça-feira chegar, era o dia em que a Revista Placar chegava à cidade de Itabira/MG.
Era a principal Revista de esporte do País, um sucesso de vendas. O garoto gostava de todas as matérias, mas com um olhar especial sobre a loteria esportiva, a bola de prata e o encarte com as fotos dos times campeões. Ele até decorava as escalações das equipes, devido a constante presença da Placar na sua casa.
Com publicação semanal e veiculação nacional, a Placar teve sua primeira edição em março/70, um pouco antes da Copa do México. Logicamente com o Rei Pelé na capa.
Era o dia amanhecer e correr na livraria ou na “banca” como era carinhosamente chamada pelo Sr. Sanfona, ao adentrar o estabelecimento a alegria daquele menino era imensa diante daquela Revista, com sua capa colorida estampada por todos os lados. Depois de muito ensaiar a frase em casa, ele gostava de chegar junto da atendente e dizer: “Meu Pai mandou buscar a Placar e um gibi”, dizer isso em alto e bom som na "banca" dava certo poder ao Cacaio, para ele era como se fosse uma carta de alforria, se sentia um adulto emancipado.
Era questão de minutos folhear o exemplar ali mesmo, até que se chegasse em casa e a degustasse com calma, e lá chegando tudo a sua volta parava, era como se não existisse mais nada no mundo, era ele e a Placar... só os dois e mais nada. Ali naquelas páginas de futebol o menino criava asas, se imaginava um craque como seus ídolos. A fantasia e a alegria se misturavam, e o Cacaio ia para alguma galáxia bem distante, no cometa da felicidade.
sexta-feira, 6 de abril de 2012
Adeus
Adeus,
palavra amarga
pensa-se em despedida,
apenas pensa
tudo continua
adeus,
palavra excluída
do cosmos
indo a algures
pensa-se no fim,
apenas pensa
tudo recomeça
adeus,
palavra que vaga
junto aos incrédulos.
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