quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Voos meus


I
Sigo numa busca evolutiva
sem rótulos, nem módulos.

II
De encontro com a verdade,
creio em algo maior que o homem.

III
No sol que clareia
não cabe narciso, nem indeciso.

IV
Crescer e lapidar meu ser,
missão e evolução.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Tio Cirinho


Por ser filho do Luiz Sanfoneiro, muitos pensam que ele me levou para jogar no time do Industrial (clube fundado no dia 15 de novembro de 1943, por amigos e operários da Cia Industrial Santa Matilde), lógico que a história vitoriosa do meu pai no futebol abriu as portas, mas foi pelas mãos do Sr. Valdeci Cassimiro Apolinário (o tio Cirinho), que joguei pela primeira vez num gramado com medidas oficiais.   
                                                          

Na época morávamos em Itabira/MG, era mais uma das minhas incontáveis férias em Cons. Lafaiete/MG. E foi ali na rua José Apolinário Sobrinho quase em frente a casa do “Sô” Filinho, que o atencioso tio me convidou para no dia seguinte jogar um amistoso pelo dente de leite do Industrial. 
Quase não dormi, de tão apreensivo, pois era um menino de pouca idade, com vivência apenas nas peladas com os primos nos saudosos campinhos da infância, até então nunca tinha calçado uma chuteira.    
Pela manhã lá fui eu, rumo ao encontro com o tio no estádio (alguns anos depois o campo foi demolido, sendo construído um campo novo perto da linha ferroviária). Dentre tantas novidades, a preparação no vestiário, a oração, o grito de guerra, o calção e as meias enormes, as orientações táticas, as comemorações nos gols, etc. Naqueles momentos parecia que meu coração ia sair pela boca de tamanha emoção. No segundo tempo o treinador Cirinho me mandou entrar na ponta direita, mesmo sem nenhum treino ou afinidade com os companheiros, tentava ser útil ao time, corria muito, mas pouco tocava na bola. Mesmo jogando alguns minutos me sentia feliz de estar ali naquele palco onde em tempos idos jogadores do porte de Tica, Chicão e Sanfoneiro desfilaram seu belo futebol.

Anos depois já no campo novo, reencontro com o pai de Jânio, Jane, Janice, Jander e Janine. Agora eu já jogava no time, era o titular da camisa 10. Após o treino pela manhã, por várias vezes ele convocava eu e o Lú, ora eu e o Valdene para treinarmos no infantil no período da tarde.  Com seu jeito metódico nos ensinou a demarcar as linhas do campo. Nos jogos aos domingos, mesmo eu levando minha chuteira, o tio me emprestava uma chuteira bonita e macia do time de cima. Nesta nova fase são inúmeras as boas lembranças, mas sem dúvida a mais marcante foi aquele primeiro amistoso no campo antigo do Industrial, levado pelas mãos do avô de Samuel, Iago, Alana e Bernardo.
Nesta crônica, minha modesta homenagem ao tio Cirinho, a quem sou muito grato pelas passagens inesquecíveis no mundo da bola, momentos eternizados na memória e coração.